Radiologia Brasileira - Publicação Científica Oficial do Colégio Brasileiro de Radiologia

AMB - Associação Médica Brasileira CNA - Comissão Nacional de Acreditação
Idioma/Language: Português Inglês

Vol. 39(Supl.1) nº 0 -  of 2006

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Page(s) 16 to 18



Medicina nuclear

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A IMPORTÂNCIA DA CINTILOGRAFIA ÓSSEA NA AVALIAÇÃO DE CRIANÇAS COM DOR ÓSSEA A ESCLARECER E ESTUDOS ANATÔMICOS NORMAIS.

Ozaki C, Arão Fº A, Alexiades A.

Sonimed Nuclear – Campo Grande, MS, Brasil.

W.S., masculino, 10 anos, com quadro insidioso de dor na região glútea esquerda há dois meses. Submetido a radiografia convencional e tomografia computadorizada contrastada da pelve e coxas, as quais não evidenciaram alterações estruturais. A cintilografia óssea trifásica foi então solicitada para elucidação diagnóstica. A cintilografia óssea com MDP-99mTc, complementada com fluxo sanguíneo e fase de equilíbrio da pelve e membros inferiores demonstrou hiperemia no terço proximal da perna esquerda, reação osteogênica no ilíaco esquerdo (topografia da dor) e na extremidade proximal da tíbia esquerda. A radiografia subseqüente da tíbia esquerda evidenciou lesões osteolíticas permeativas na sua região metafisária proximal. A análise histológica confirmou o diagnóstico de linfoma não-Hodgkin de pequenas células e o paciente foi submetido a estadiamento primário com gálio-67 para definição de conduta e planejamento quimioterápico. A cintilografia óssea de corpo inteiro é um dos estudos mais freqüentemente realizados em medicina nuclear, por ser um método rápido de se avaliar todo o esqueleto em um único estudo, de baixo custo, grande disponibilidade e extremamente sensível no diagnóstico de inúmeras condições patológicas. Em crianças com dor óssea de etiologia desconhecida e estudos anatômicos inócuos, a cintilografia óssea de corpo inteiro desempenha papel essencial na identificação precoce e caracterização de neoplasias ósseas metabolicamente ativas, servindo ainda como guia diagnóstico na condução de procedimentos intervencionistas e biópsias dirigidas, sendo importante também na avaliação de processos infecciosos, inflamatórios e traumáticos. O grau de captação do radiofármaco depende primariamente do fluxo sanguíneo e do “turnover” ósseo, sendo este último diretamente relacionado à atividade osteoblástica em resposta à osteólise de um processo tumoral. O presente relato de caso demonstrou a alta sensibilidade da cintilografia óssea e as vantagens de se avaliar o corpo inteiro em um único estudo, permitindo a identificação precoce de lesões ósseas sintomáticas e assintomáticas, possibilitando melhor prognóstico ao paciente.




ADAMANTINOMA DA TÍBIA: CINTILOGRAFIA ÓSSEA DE UM RARO TIPO DE TUMOR.

Lopes RW; Lacerda Filho SL; Coura Filho GB; Chaves AAR; Costa PLA; Ono CR; Watanabe T; Sapienza MT; Hironaka F; Cerri GG; Buchpiguel CA.

Centro de Medicina Nuclear do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo, SP, Brasil.

Paciente referindo tumoração tibial de crescimento progressivo, a biópsia diagnosticou adamantinoma maligno, que é uma rara neoplasia epitelial. Realizada cintilografia óssea para estadiamento que revelou extensão local em terços médio e superior de tíbia esquerda. Não visualizadas outras lesões ósseas. Indicada abordagem cirúrgica local com expectativa de cura.




ARTROPATIA HEMOFÍLICA TRATADA COM 153Sm-HIDROXIAPATITA (153Sm-HYP).

Calegaro JUM; Paulo JC; Machado J; Cruz JS.

International Hemophilia Training Center Maria de Nazaré Petrocelli, Hospital de Base do Distrito Federal – Brasília, DF, Brasil.

Introdução: Preconizamos o uso de 153Sm-HYP na sinoviortese de hemofílicos por suas características, físicas, químicas e biológicas. Os resultados disponíveis estão confirmando sua efetiva utilidade, sendo os primeiros com este material na revisão efetuada. Materiais e métodos: Foram tratados 15 pacientes, todos do sexo masculino, com idades entre 15 e 31 anos (média = 22,8 anos), com injeção intraarticular de 185MBq (5mCi) de 153Sm marcando partículas de hidroxiapatita, num total de 29 articulações, sendo 12 joelhos, 11 cotovelos, 4 tornozelos e 2 ombros. O 153Sm foi produzido pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – Comissão Nacional de Energia Nuclear (Ipen-CNEN/SP) e marcou partículas de hidroxiapatita com diâmetro entre 1–10µm, com pureza radioquímica superior a 95% e estabilidade de 96,9% 1440 min após marcação. A punção intraarticular foi realizada segundo métodos de assepsia e antissepsia para procedimentos invasivos do gênero, empregando 0,5ml de solução radioativa, com lavagem subseqüente por solução salina, sem ultrapassar o volume final de 1,5ml. Foram adquiridas, em todos os pacientes, imagens 2 horas e 24horas após, em gamacâmara com amplo campo de visão. A avaliação clínica foi efetuada antes e após um ano de tratamento utilizando critérios subjetivos (dor articular por escala visual e aspecto articular por inspeção) e objetivos (movimento articular pela flexão, sensibilidade pela palpação e derrame pela circunferência). A melhora foi avaliada por pacientes e articulações sendo classificada: 1 – ótima; 2 – boa; 3 – regular; 4 – discreta; 5 – sem resposta. A redução no uso do fator de coagulação e o número de hemartroses foram outros critérios adotados. Resultados: O estudo cintilográfico mostrou distribuição homogênea do material nas articulações (2 horas) e nenhum escape articular (24 horas). A redução no uso do fator de coagulação foi de 34% e dos sangramentos de 51,5% em um ano, sendo menos acentuada nos joelhos. O resultado por pacientes foi: 53,3% ótimo, 20% bom, 13,3% regular, 13,3% discreto, 0% sem resposta. Por articulações esses valores foram de 49,75% com resultados bons e ótimos e de 84,75% quando incluídos os regulares. Não houve paciente sem resposta. Poucos pacientes (quatro) referiram dor local nos dias iniciais, resolvida com medidas conservadoras. O custo por articulação foi de U$ 100,00 aproximadamente. Conclusões: As respostas à sinoviortese por pacientes (73,3%) e por articulações (47,7–84,7%) situam-se dentre aquelas obtidas por outros radiofármacos. Os joelhos responderam menos; possivelmente maiores atividades proporcionem melhores resultados. O 153Sm-HYP mostrou menos escape articular e reações adversas que outros radiofármacos em uso: parece ser mais seguro. Sua disponibilidade no país torna o custo mais acessível e sua aplicação mais abrangente, inclusive para outras artropatias.




DETECÇÃO DE METÁSTASES ÓSSEAS: COMPARAÇÃO ENTRE PET/CT COM FDG-18F E CINTILOGRAFIA ÓSSEA.

Anjos DA; Barra-Sobrinho A; Mosci K; Calmon RP.

Instituto de Medicina Nuclear e Endocrinologia de Brasília – Brasília, DF, Brasil.

Um dos principais sítios de metástases a distância em diversos tipos de neoplasias malignas é o esqueleto. O uso do PET com FDG-18F no diagnóstico, estadiamento e acompanhamento dessas neoplasias vem crescendo cada vez mais no Brasil. Contudo, a sua capacidade de detecção de metástases ósseas ainda não está bem estabelecida. O objetivo desta revisão é apurar tudo o que já foi publicado na literatura e sintetizar os conceitos que existem até o presente momento sobre a acurácia do PET com FDG-18F na detecção de metástases ósseas, principalmente quando comparado à cintilografia óssea.




DIRETRIZES PARA A MONTAGEM DE UM SERVIÇO PRIVADO DE MEDICINA NUCLEAR NO BRASIL.

Sucupira MS.

Serviço de Medicina Nuclear do Hospital Universitário de Brasília, UnB – Brasília, DF, Brasil.

A autora realizou, entre março de 2003 e outubro de 2004, pesquisa envolvendo os principais fatores relacionados à montagem de um serviço privado de medicina nuclear, no Brasil. Este capítulo da medicina, referente à investigação diagnóstica por imagem — medicina nuclear/radiologia —, foi de expressiva evolução nos últimos anos, graças ao extraordinário avanço da tecnologia da informação, e ao desenvolvimento de produtos farmacêuticos marcados com radionuclídios produzidos artificialmente em reatores nucleares. Estes permitem a investigação médica de patologias benignas e malignas, com finalidade diagnóstica e terapêutica, de inconteste utilidade nas demais especialidades médicas. Pela complexidade do processo, são inevitáveis as dificuldades para a montagem do serviço. Daí a importância de sua abordagem de um modo sistemático. Trata-se de um tema original, ainda não estudado em nosso país. Neste trabalho, a autora informa possíveis fontes de financiamento, dados de viabilidade econômica de serviços de medicina nuclear, normas exigidas pela Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), referentes à proteção radiológica e pré-requisitos exigidos para o corpo técnico à cargo desta atividade. Relaciona e discute a infra-estrutura essencial: espaço físico, localização ideal, equipamento adequado, fornecedores, perfil dos recursos humanos, vestimentas de proteção individual (VPI).




EXPERIÊNCIA INICIAL DO USO DO FDG PARA REALIZAÇÃO DE TOMOGRAFIA POR EMISSÃO DE PÓSITRONS EM BRASÍLIA.

Mosci K, Barra RR, Anjos DA, Calmon RP, Barra-Sobrinho A.

Instituto de Medicina Nuclear e Endocrinologia de Brasília – Brasília, DF, Brasil.

Introdução: A tomografia por emissão de pósitrons (PET-scan) demonstra valor fundamental na conduta de pacientes oncológicos. Contudo sua disponibilidade é restrita, devido ao alto custo dos equipamentos dedicados exclusivamente à realização do exame e da dificuldade na obtenção do radiofármaco, o FDG (flúor-18-fluordeoxiglicose). Objetivo: Demonstrar ser possível realizar exames com FDG produzido em sítio distante ao da utilização, e que os novos equipamentos híbridos, PET-CT não-dedicados representam boa opção. Métodos: Foram realizados 61 exames oncológicos com equipamento PET-CT não dedicado. Os achados foram comparados a outros métodos diagnósticos e expectativa clínica. Resultados: Dentre 61 exames, 37 (60,65%) foram positivos, 23 negativos (37,7%), com um resultado duvidoso (1,6%). Os positivos foram concordantes em 88,52% dos casos. Conclusão: Realização de PET em localidades distantes da produção do radiofármaco é complexa, porém possível. Os novos PET-CT não dedicados representam opção para serviços com exames esporádicos. Apesar da conhecida superioridade dos equipamentos dedicados, faltam estudos relacionados aos híbridos recentes. Os resultados iniciais são promissores e necessitam melhor avaliação.




MAPEAMENTO LINFÁTICO E DETECÇÃO DE LINFONODO SENTINELA EM CÂNCER DE VULVA.

Santana GKA; Gomes GV; Abreu DDG; Magalhães GSC; Guedes JB; Braga HM; Moraes RF; Rezende MO; Araújo L; Pino AG; Franco TR; Barroso AA.

Nuclear Medcenter e Hospital Luxemburgo – Belo Horizonte, MG, Brasil.

Propósito do estudo: Avaliar a aplicação do conceito de linfonodo sentinela (LS) no câncer de vulva, sua acurácia e factibilidade, utilizando-se a cirurgia radioguiada. Material e método: De abril de 2000 a agosto de 2005, 21 pacientes em estádios I a IV (FIGO 1988) foram selecionadas. Injetaram-se 2,0mCi de 99mTc-fitato nas pacientes, num volume total de 0,8ml, distribuídos em três a quatro pontos subepiteliais nas proximidades da lesão. Foram obtidas imagens da região pélvica com posterior demarcação cutânea. Durante a cirurgia utilizou-se um “gamaprobe” para localização dos LS. Todas as peças cirúrgicas foram estudadas pelo método hematoxilina-eosina. Resultados: Observou-se migração do material em 100% das pacientes. Foram identificados 40 LS nas 21 pacientes (média de 1,9 linfonodos/paciente), dos quais quatro mostraram- se positivos, em quatro pacientes distintas. Em duas pacientes com LS negativo, uma em estádio III e outra em II, identificou-se linfonodo não-sentinela comprometido — dois casos de falso-negativo. O valor preditivo negativo foi de 90,47%. Conclusão: A técnica de biópsia de LS em câncer de vulva é factível. Para que se obtenha maior acurácia é necessária melhor padronização da técnica, incluindo seleção apenas de pacientes com estadiamento clínico inicial.




RELATO DE CASO: AVALIAÇÃO CINTILOGRÁFICA DO HEPATOCARCINOMA COM DISIDA-99mTc, ENXOFRE COLOIDAL-99mTc, CITRATO DE GÁLIO-67 E MIBI-99mTc.

Lacerda Filho SL; Boccia D; Lopes RW; Oliveira JCS; Széliga RS; Medeiros Jr M; Chaves AAR; Muangala MAE; Melo IB; Costa PLA; Ono CR; Watanabe T; Sapienza MT; Hironaka F; Cerri GG; Buchpiguel CA.

Centro de Medicina Nuclear do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – São Paulo, SP, Brasil.

Relato de caso de paciente submetido a tomografia computadorizada de abdome em seguimento de rotina após correção cirúrgica de aneurisma de aorta, que detectou lesão hepática focal em topografia do segmento VI. Feitas hipóteses de tumor hepático e hiperplasia nodular focal, sendo realizados estudos com enxofre coloidal-99mTc, DISIDA-99mTc, citrato de gálio-67 e MIBI-99mTc para melhor caracterização da lesão. A análise conjunta destes exames foi compatível com diagnóstico de hepatocarcinoma bem diferenciado.




VALOR DO 99mTc-SESTAMIBI EM PACIENTES COM MELANOMA MALIGNO.

Gomes GV, Abreu DDG, Magalhães GSC, Calapodopulos GH, Braga HM, Moraes RF, Rezende MO, Araújo L, Jacob GG, Wainstein AJ, Barroso AA.

Nuclear Medcenter – Belo Horizonte, MG, Brasil.

Propósito do estudo: Avaliar o emprego do 99mTc-sestamibi em estadiamento primário e recorrência de melanoma maligno. Material e métodos: Entre abril de 2004 e agosto de 2005 foram estudados dez pacientes adultos com melanoma (dois em estadiamento primário e oito em avaliação de recidiva). Em todos os casos obteve-se história clínica, exame físico e exames convencionais de imagem indicados para o estadiamento, além da cintilografia de corpo inteiro com 99mTc-sestamibi. Resultados: A cintilografia evidenciou ao todo 16 áreas de captação anormal do 99mTc-sestamibi, sendo quatro previamente desconhecidas. Houve comprovação anatomopatológica de positividade em dez áreas e apenas uma área resultou em falso-positivo. Conclusão: A cintilografia com 99mTc-sestamibi demonstrou valor no estadiamento e na avaliação de recorrência dos pacientes com melanoma maligno analisados.
 
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